quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A NOSSA VOZ NO ESTÚDIO




Existe uma linha tênue entre se ter uma identificação própria no som e de ser um músico de estúdio.
Ser músico de estúdio é muitas vezes se doar para o som deixando de lado por vezes sua voz de lado. Não adianta pensar que poderá colocar suas frases, suas "ondas" e  idéias melódicas e rítmicas em qualquer som que vá encarar no estúdio.
Nele você está à mercê das idéias do arranjador, a não ser que você somente grave os sons que realmente escolher e te proporcionarem essa liberdade. Isso pode também depender do arranjador e suas idéias e concessões aos músicos.
De uma forma geral no mercado de gravações que, aliás, hoje em dia não é o mesmo em relação à quantidade de produções, se trabalha em função do arranjador e algumas vezes em função da loucura nonsense e egocêntrica dos cantores (as).
Nada contra o fato de se estar em função do arranjador, pois se este fizer sua função de maneira inteligente e eficaz nosso trabalho ganha e muito.
Mas tentar imprimir a sua voz em determinadas situações é muitas vezes um erro. Somos nessas produções comerciais destinados a tocar mais ou menos do jeito que nos pedirem, pois agindo assim agilizaremos o processo e todos sairão mais satisfeitos.
E ser músico de estúdio é saber dosar essas idéias e aplicá-las com bom senso e eficiência, deixando de lado um pouco nosso gosto pessoal e conceitos.
Às vezes uma frasezinha que temos certeza de que ficaria perfeita “naquela hora” não cabe aos olhos do arranjador. E o que é pior não entra na cabeça do (a) artista.
Arrisco dizer que 70% do que tocamos em estúdio é em função do que nos pedem e 30% de nossas próprias idéias e conceitos.
Mas isso também pode ser bem legal. Tudo depende de como encaramos essa realidade.


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