Existem trabalhos onde temos liberdade para opinar, dar
dicas, intervir e criticar. Tudo isso num foco de melhorias e no sentido de
agregar sentidos ,valores e idéias musicais que entendemos como melhores ou
mais apropriadas em cada contexto.
É bom me sentir à
vontade se em algumas situações, por exemplo, o produtor(a) ou cantor(a) me
pedem uma certa levada ou frase , e sabendo que não funcionará, preciso dizer e
dar outras idéias. Mas existem situações onde não nos deixam quase nenhuma
liberdade para opinar e sugerir.
Cada trabalho tem sua verdade, necessidade e direção.
Existem pessoas que fazem música, além de uma necessidade de subsistência, uma
forma de arte pouco aberta, deixando pouquíssimo espaço para interações entre
os músicos e sua própria musicalidade. Existem também pessoas que encaram a
música estritamente como obra de arte e também a deixam fechada e estática.
Estática no sentido de pouca interação entre os executantes ou intérpretes.
Mas há também aqueles que criam e deixam que os músicos
criem também, tornando a composição organicamente coletiva e bem viva. Viva no
sentido de coletividade, interação entre os músicos.
Acredito que de acordo com o estilo musical, o compositor
deve criar idéias e motivos para que os músicos exercitem a interação e criação
conjunta. Talvez não em termos melódicos mas sim harmônicos e principalmente em
termo de arranjo e execução.
Sou apenas um baterista que depois de muito tempo apenas
criando ritmos hoje humildemente se aventura em melodias e harmonias. Mas acredito
que esse modo de compartilhar idéias que os compositores e arranjadores podem
proporcionar, no contexto popular e jazzístico, é o motivo e o propulsor de
belas execuções por grandes músicos.
Fico feliz quando tenho essa liberdade vigiada. Gosto de ter
essa abertura criativa mas dentro de um contexto. Gosto quando me dão um
destino, mas o caminho até lá é largo e amplo, e a rota ainda posso escolher .
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