sábado, 9 de outubro de 2010

Servir ou se impor?


Servir ou se impor?

Essa questão me vem à mente toda vez que estou em um trabalho, procurando a melhor maneira de atender às solicitações do arranjador, cantor ou o que seja.

Por vezes é um dilema, pois chegam a pedir coisas nada musicais, nada baterísticos ou percussivos. Pedem coisas de uma maneira no mínimo engraçada quando falam: ”Faça mais tipo floresta!” ou “Sabe assim?”. Às vezes chegam a fazer uma “dancinha” pra explicar a levada. (rsrs..sério!). Ou: “Isso, só que mais gostoso!”. Ouvindo assim sem estar no contexto até parecem pedidos sacanas das horas íntimas de um casal!

Mas para se safar dessas situações temos que saber interpretar gestos, palavras, expressões, caras e bocas. Ainda acho que todo músico deveria ter em sua formação, acadêmica ou não, algumas horas de reciclagem psicológica com um bom profissional da área.

Às vezes esperam que resolvamos os problemas das levadas e arranjos de base, e até nos pagam por isso. Às vezes só querem a execução precisa sem mais delongas. Às vezes querem isso e um pouco mais.

Sei que temos que ter o bom senso de saber quando se impor, colocar sua marca, sua identidade, por mais ínfima que ela seja. Mas o mesmo bom senso deve existir quando for o momento de se calar e apenas ler corretamente a partitura.

Pra mim o ideal acontece quando equilibramos os dois lados, lendo bons arranjos, mas também opinando e criando junto.

Tenho a impressão de que os bons arranjadores sempre chamam músicos que, além de bons executores, entendem esse prisma dos relacionamentos musicais e sabem que essa interação vai rolar e engrandecer a música.

No “mais” é estudar e rir. Da vida. De si mesmo. Com os amigos.

Com a música.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nóssaaaaa nem falaaaaaaaaa mano, grande citação ! abraxxx

Ramon Montagner disse...

abraço amigo anônimo..rs

Lucas Cavalcante disse...

Muito bom! Essa é a diferença do servo e do escravo: o primeiro FAZ por que deseja, e portanto, há honra em sua função. O segundo o faz por obrigação... Compreender ao outro, saber ouvir em detrimento de apenas escutar; e enxergar em detrimento de tão somente ver, é o desafio de nós, músicos e seres humanos, antes de tudo, rsrs. Às vezes, um simples escutar e compreender o que o dono da gig diz, mesmo vc tocando simples, faz de vc um músico reconhecido...grande abraço manow!!

Ramon Montagner disse...

vlaeu Lucas..abração ..é o nosso dilema...rs.abrço