segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

REFERÊNCIAS


Na música bem como em muitas outras áreas quase sempre temos referências a seguir. Vamos fazer um som “naquela onda”, ou “esse cd vai ser numa linha mais do fulano”.

Em muitos trabalhos nos dão exemplos e direções para se ter um melhor resultado e visualizarmos o resultado que se espera de um músico no estúdio.

Realmente gosto quando me dão uma referência, pois penso que, ao fazer isso o arranjador, ou o cantor ou o músico, sabe ao certo o que quer. O problema é que nem sempre as diretrizes correspondem ao real som que encontramos na hora de gravar.

Já me disseram assim: ”Ramon, o som vai ser bem na onda da Norah Jones, com bateria jazzy, muita vassourinha e tambores menores com afinação alta.”

Kkkk.. tudo completamente ao contrário!!!

Quando cheguei o técnico sisudo me disse: “Bateria com tambores pequenos hein!”

Respondi que era o que haviam me pedido. Mas quando comecei a passar o som o fulano disse novamente: “cara esses tambores são pequenos, não tem grave!!Abaixa a afinação ai!!”

Minha vontade era gritar: “O nego, fala com educação senão te mando praquele lugarzinho bacana!”

Mas a educação e a paciência necessária nessas horas tomaram a frente e disse; “ok, vamos tentar!”

E percebi também que se a referência fosse realmente Norah Jones ele não teria o know how necessário para fazê-la.

Havia levado minha Gretsch American Custom com bumbo de 20 polegadas, tons de 10 e 12 e surdo de 14 polegadas, mas o “clima” do “cidadão” me fez parecer que a batera não tinha som de nada, que faltava grave e tal.

Ele chegou a dizer: “Liga pra “ciclano” que ele te aluga uma bateria!”

Por pouco não mandei o cara à merda! Mas me controlei e pensei que se a referência estava errada precisaríamos achar a solução. Então abaixei bastante a afinação, abafei levemente os tambores e chegamos num meio termo, mesmo após o mal estar inicial.

Continuo perguntando ao arranjador sobre o tipo de som que vamos gravar, mas tento levar um kit no “meio do caminho” pra que no caso de a referência estar novamente errada, poder me virar e não ter que mover montanhas pra achar o som certo!

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