domingo, 9 de janeiro de 2011

A fábula dos endorsements


Senti necessidade de escrever aqui sobre esse assunto pois sempre me perguntam e às vezes fantasiam coisas à respeito do assunto aqui no Brasil. Digo no Brasil pois realmente não sei como fucionam as coisas lá.
Já se disse muito `a respeito disso, até que músicos ganham salário e etc. Mas prefiro me ater ao que diz respeito à nossa relação com esse assunto.
Você ter um endorsement não significa  que a partir disso  você conseguirá mais gigs, que cantors(as) ,arranjadores e produtores resolverão te chamar pela sua nova marca de bateria, pratos, baquetas,bags, microfones,sapatinhos e afins.
Essas pessoas te chamam pela sua competência,por trabalhos já bem realizados, pelo profisionalismo nas gigs , e isso inclui seu pontualismo e seu bom relacionamento com as pessoas.
Essas pessoas também te chamam por indicação de outros profissionais que já provaram do seu trabalho e gostaram e por isso te indicam.
O endorsement pode te trazer benefícios ao seu nome enquanto “artista” do instrumento, pode realizar workshops e divulgar seu nome em revistas especializadas e é claro,pode te proporcionar gratuitamente ou com bons descontos os melhores instrumentos instrumentos.
Pode desenvolver instrumentos à medida, modelos assinados e até inovadores. Você pode também desenvolver um mercado de workshops, masterclasses e aulas com o esse apoio.
Mas tudo isso depende exclusiva e totalmente de você. Do seu estudo, do seu empenho e da sua vontade própria. O endorsement não te trará isso de “mãos beijadas”. Ele vem como um complemento e uma coroação do seu trabalho individual, das horas no quartinho estudando, na estrada e nas madrugadas da vida. Você deve fazer por merecê-lo.
Não tente pular essas fases, furar a fila e “se fazer” totalmente em cima do endorsement.
Existem pessoas e profissionais que vivem nesse “mundo” dos endorsements e parecem se importar mais com que marca de baquetas tocará do que se terá uma gig pra fazer amanhã. Vivem em função e em uma eterna busca da marca , ou do “pseudo” status que ela pode te dar.
Muitas das vezes esse endorsement não é feito diretamente com as fábricas  e sim com as importadoras, que algumas vezes não conhecem a estória do patrocinado e até com por suas razões se importam mais com as vendas do que  com o conceito que o músico pode trazer à marca.
É sabido que o endorsement é individual e exclusivo de cada apoiado e que a ética e o contrato impedem de se auto beneficiar com a compra e venda de instrumentos , mas mesmo assim existem aquelas pessoas que querem tirar proveito.
Sempre me perguntam o que fazer para se conseguir um endorsement  e a resposta é sempre a mesma: trabalhe, estude e se esforce ao máximo. Cresça como músico, estude teoria, aprenda a ler  e se exponha às diversas situações. 
O endorsment deve ser uma consequência e não um fim.
A música deve ser o fim.

13 comentários:

Marciamusical disse...

OI Ramon querido!!! Bom apesar de te conheçer a não mto tempo te admiro mto viu? O seu talento,profissionalismo a paixão pela música acima de tudo! isso é mto nítido.

Desejo que tenham mtos e mtos músicos como vc!.

Márciamusical Possi hehe! bjooo

Ramon Montagner disse...

obrigado Marcia
pelas palavras e pela simpatia
bejao

Magnum Opus disse...

Imagino que deve ser importante para o músico profissional ter um mínimo de afinidade com a empresa que presta suporte e com os produtos que ela oferece, uma vez que ambos terão de conviver juntos e não seria nada interessante o músico ter de usufruir de um instrumento do qual ele não gosta apenas para dizer que tem...

Abraços!

Ramon Montagner disse...

relamente é fundamental gostar do instrumeto, ter o endorsement só pra falar que tem é uma bobagem...abraçåo e obrigado do comentário

Marciamusical disse...

Imagina Ramon! é isso mesmo! a música sempre deve ser o meio e o fim, o resto é consequência!.
A musica tb é minha vida, espero tb poder viver de música e da forma mais limpa e pura possível!!!

beijãoo

André Gonzales disse...

Ramon, você disse exatamente o que penso.

Patrocínio deve ser consequência, e não objetivo.

Seus textos, como sempre, são muito bons.
:)

Abração!

PS: "Sapatinhos" foi duca, heheheh...

Ramon Montagner disse...

Valeu Andrezão..
esse assunto gera muita margem pra discussão né...
é um "mundinho paralelo" em que alguns vivem...
abraçåo

Fabiano Manhas disse...

Bom , venho a 15 anos trabalhando como clinician, e o Ramon falou tudo , a vantagem de ser patrocinado e de não se preocupar com básicos , porém o importante e o know how , endorsement tem vários níveis e vc tem que já ter algo para proporcionar a marca pois com certeza a marca sabe o que pode proporcionar a vc.

Ramon Montagner disse...

Obrigado Fabiano
é como vc disse, devemos fazer por merecer,ter algum "café no bule" pra servir...
e ele deve vir como consequência do trabalho...
abração

Anônimo disse...

Concordo em tudo o que escreveu, Ramon!
Vida longa aos bateristas pensantes com capacidade evoluída de expressão escrita!

Megabraço, camarada!

@robsoncaffe

Escola de Música Rafael Bastos disse...

Parabéns pelo post Ramon! O conceito dos músicos sobre endorsement está completamente equivocado!

Abraço!

Rafael Bastos [Floripa/SC]
emrb.com.br

Escola de Música Rafael Bastos disse...

Parabéns pelo POST Ramon!
Acredito exatamente como você e acho que as coisas estão bastante distantes disso hoje em dia.

Abraço!

Rafael Bastos [Floripa/SC]
emrb.com.br

Weidell disse...

Coisa boa é ler um bom texto escrito por um bom baterista sobre um bom assunto. O resto já foi dito. É issaê! Parabéns em todos os compassos.